sábado, janeiro 27, 2007

Sim

Por princípio. Por valores. Por tudo o que o "Não" apregoa e que faz tão sentido para o "Sim".
Aborto é aborto. Morte do embrião. Terrível, sem dúvida! Mas sabiam que a pílula do dia seguinte também faz aborto? E sabiam que 50% das vezes as mulheres acabam por ter abortos espontâneos sem sequer saberem que estão grávidas.
Estamos no século XXI e só engravida quem quer. (E mesmo assim há quem se descuide!) E então todas aquelas pessoas que ainda vivem no século XIX e não distinguem uma vogal de uma consoante? Que, por preconceito, timidez ou pura estupidez não usa preservativo?
E aqueles que, ainda bem novos, se "descuidam" e têm que carregar com o seu erro para o resto dos seus dias. Serão as crianças que irão nascer verdadeiramente felizes? Sendo indesejadaspor aqueles que supostamente são os que mais o amam no mundo?
Depois queixam-se de Casas Pias e outros casos que tais. Miúdos abandonados à deriva no mundo por aqueles que não têm paciência para os aturar.
Não sei se alguma vez teria coragem para pedir a alguém para fazer um aborto. Gosto, por princípios e valores, como disse no início, de assumir os meus actos. Mas "nunca digas nunca". E compreendo perfeitamente quem tome essa decisão e creio que deve ser livre para o fazer.
Condenar mulheres a prisão por aborto é ridículo. Quase tão ridículo como a obrigação de usar Burka nos países árabes. É retrógrado e é estúpido.
Respeito quem defende o não. Não consigo concordar com eles, especialmente os que vêm religião, dinheiro ou moralidade no cerne da questão. Porventura os mesmos hipócritas que levariam as filhas adolescentes grávidas a abortar a Badajoz.
Porque desenganem-se. O aborto existe, não é para todos, mas existe...
Porque a liberdade também está em deixarmos os outros fazermos aquilo em que acreditam, mesmo que nós o consideremos errado. Porque a escolha tem que ser de cada um. Porque SIM.

O amor

O que nos faz amar alguém? Ver um poema no meio de uma multidão, um pas de deux num baile encantado, uma constelação a brilhar por trás de um olhar, um raio de Verão na mais sombria das tempestades.
Amar é o sonho projectado no consciente. É não ter limites, nem de espaço, nem de tempo. Saber que se é capaz de tudo, ir ao extremo, alcançar o cume da condição humana. E sorrir como fazemos quando sonhamos. Embaraçados, envergonhados, e ao mesmo tempo com tanta vontade de berrar o coração a plenos pulmões. É não pensarmos sequer no que fazemos. Basta agir. Chorar, correr, beijar, abraçar, olhar,... Não são precisas palavras. Porque, como no sonho, tudo faz sentido. Não há perguntas. Até porque a maioria ficaria sem resposta. Porque amar não se compreende, sente-se. Como a melodia que nos faz sentir bem sem conhecermos as suas notas, ou as palavras que apreciamos sem saber ler, da mesma forma amamos alguém sem saber bem porquê. E sem querer saber também!
Há sonhos mas também há pesadelos. Da mesma forma que o amor é imperfeito. Mas onde estaria o belo na perfeição? O que nos motivaria? Para que serviria? Amores-perfeitos só mesmo nas flores. Perfeitos são os números e os príncipes, os pretéritos e os diamantes. Contudo, dentro da sua imperfeição o amor é a coisa mais perfeita que a vida nos pode proporcionar. Viver a sonhar.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

"Grandes" portugueses

Não se podia esperar outra coisa do povo português.
Até a mim me admira que o top10 não esteja recheado de Fátimas Felgueiras, Isaltinos ou Valentims.
Hélio Pestana entre os 100 Grandes portugueses da história?? WTF? E outros. Ricardo Araújo Pereira, apesar da sua genialidade penso que também ainda não tem "arcaboiço" para figurar nessa lista. Bem como Cristiano Ronaldo. São Portugueses de valor mas que ainda não são GRANDES PORTUGUESES.
Agora há uma coisa que me deixa boquiaberto.
Pinto da Costa em 17º lugar?
À frente de Egas Moniz, Saramago, Mariza, António Damásio ou Zeca Afonso?
Um currupto, putanheiro, criminoso que fez dos últimos 25 anos de futebol português uma farsa está a par dos melhores portugueses de quase 900 anos de história?
Já os casos de Figo e Mourinho parecem-me diferentes. São fruto da normal hiper-valorização que os portugueses dão ao futebol. Contudo são duas figuras que merecem estar neste top 100 (apesar de nunca no top30!)
Outra coisa engraçada é ver que entre o 11º e o 15º lugar estão 5 figuras que, tendo estado à beira dos 10+, deviam por mérito próprio estar entre os melhores: Eusébio, Amália, Sto. António (se calhar este nem tanto), Mário Soares e Salgueiro Maia.
A questão é: Terá mesmo Cunhal sido mais importante para a vida de Portugal que Soares, o pai da democracia como a conhecemos?
Ou não será antes uma votação vinda de sectores muito bem organizados da população (exacto... partidos).
Ainda assim, mil vezes um resistente como foi Cunhal a um facínora como foi Salazar.
Mas não era nada que não se esperasse.
Salazar torturou e silenciou milhares de pessoas mas ele é que estava certo. Salazar afastou-nos do progresso do mundo e não nos livrou da guerra, apenas escolheu meter-se numa guerra diferente mas ele é que é o Grande Português.
Não me admiro nada que esse filho da puta seja o mais votado.
Todos sabemos que há também sectores da sociedade que têm questões mal resolvidas desde Abril de 74. E também se sabem organizar. E mais, têm dinheiro, muito dinheiro.
Cá por mim mantenho o meu voto.
O grande português, por todas as razões e mais alguma.
Fernando Pessoa

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Argumentos (e outros nem tanto...)

Falta um mês para o referendo sobre o Aborto.
Muito se irá discutir os prós e contras da Interrupção Voluntária da Gravidez.
Vou-me estrear a votar pela primeira vez, e não tenho dúvidas, onde vou confiar o meu voto.
Esta é, contudo, uma decisão que cada um deve tomar. Com as suas convicções, ideais, valores, etc...
Todos os que me apresentem argumentos desses para tomarem uma posição diferente da minha têm todo o meu apoio porque, como disse, é algo que cada um deve decidir com a sua consciência.
Agora há argumentos que, não há outro adjectivo, são ridículos.
Promover o "Não" ao aborto como forma de poupar nos impostos ou, ainda pior, combater as baixas taxas de natalidade no nosso país, como já ouvi na televisão, é para além de ridículo. É um atestado de estupidez.
Assim como seria defender o "Sim" para evitar que os espanhóis enriqueçam à custa dos nossos abortos ou para lutar contra o desemprego.
Estamos a falar de vidas, não de números.
(Vidas de embriões que abortam e vidas de mães que podem vir a ser salvas por "fugirem" ao aborto clandestino)

Cada um que vote de acordo com a sua consciência.
Mas não se esqueçam, como agiriam se acontecesse convosco? Ou melhor, com uma filha adolescente vossa?
E para além disso, teremos mesmo o direito de escolher para os outros o que nós consideramos correcto? (lembro que mesmo que o aborto seja legalizado, ninguém será obrigado a fazê-lo...)

Por isso, mesmo considerando que dificilmente aceitaria fazer um aborto a um filho meu.
Já decidi.
voto SIM!

The O.C. - "California here we come!"

Tipo conseguem imaginar os "Morangos com Açúcar" (de preferência sem terem depois pesadelos à noite) ?
Um grupo de adolescentes problemáticos, "rebeldes" até, vá lá, que se metem em 1001 alhadas?
Ok. Já estão a visualizar?
Agora imaginem tudo isso. Mas em bom.
Excelente elenco (onde, ao contrário dos Morangos, a maioria deles são mesmo actores), bons diálogos, enredo cativante, belas mulheres (Summer! Summer!) e uma das personagens mais geniais da história das séries televisivas - o impagável Seth Cohen.
Não é uma série de culto. Definitivamente. É, no fundo, uma novela, com alguns tiques de lamechices e as voltas e reviravoltas de um produto do estilo. Mas é feito com um extremo bom-gosto.
Infelizmente, tem os dias contados nos USA. Ao que parece a tremenda reviravolta no fim da 3ª temporada, com a morte de uma das personagens principais, fez as audiências cair a pique.
Contudo, já me asseguraram também que o facto de esta 4ª e última temporada estar condenada em nada desmotivou os criadores da série que "partiram com tudo", dando uma nova pujança a "The O.C."
Gosto de ver.
E para além disso tem das melhores bandas sonoras televisivas... o tema de abertura "California", o "Alleluyah", o arrepiante "Fix You" dos Coldplay cujo single foi lançado no penúltimo episódia da 2ª temporada (um dos melhores de sempre!) e ainda o fantástico "Forever Young", interpretado pelos Youth Group.

"Forever Young. I want to be forever young. Do you really want to live forever?..."

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Hugh Laurie

É o meu actor do momento.
Para além da sua genial interpretação do irreverente médico Gregory House no grande êxito da Fox, usando um sarcasmo e uma presença só mesmo ao nível dos "Grandes", tenho-me interessado um pouco pela vida deste inglês e pelos seus anteriores trabalhos.
Multifacetado e curiosamente, ou talvez não, muito parecido na vida real com a personagem que encarna em House MD, Hugh Laurie destacou-se na série Black Adder, ao lado do não menos genial Rowan Atkinson bem como numa série mais longínqua com Stephen Fry- A bit of Fry and Laurie.
Escreveu um livro, muito aclamado pela crítica e é capaz de nos mostrar mais uma vez o seu enorme talento com pérolas como esta : http://www.youtube.com/watch?v=tUoBw3ajjyM
Grande Hugh!
E que venha a 3ª temporada de House!

Péssimas entradas...

- Um teste de histologia perfeitamente ridículo, para o qual (estranhamente) até estudei!
- A Carlota volta a dar teóricas
- Um seminário que meteu campaínhas de bicicleta
- Está frio
- Tenho o sono todo trocado
- ...

Tudo isto na primeira semana
Alguma coisa me dizia que 2007 não ia ser um ano bom!

- pelo menos, o Atlético ganhou ao Porto!! LOOOOL

terça-feira, janeiro 02, 2007

Quarto Minguante

Hoje li (reli, aliás) "A lua de Joana".
Foi uma das prendas que ofereceram à minha irmã no Natal e, à falta de melhor para fazer, resolvi recordar um livro que lera há muito tempo e do qual já não me recordava bem.
Ainda tenho a garganta seca.
Não sei bem porquê, mas o livro mexeu comigo.
Não é uma obra prima, mas diz exactamente o que é preciso.
A vida faz de nós o que somos.
Seria eu quem sou se tivesse feito as escolhas que fiz? Estaria sequer por aqui? Se a vida optasse por seguir outro rumo, ou se eu desse outro rumo à vida seria uma pessoa diferente? Provavelmente sim, e isso assusta-me.
A pequenez da vida e o nosso papel tão pequeno nela, quase ínfimo. Saber que só sou o que sou hoje por um conjunto de coincidências formidáveis. Mas também pensar que se tudo fosse diferente talvez fosse mais feliz.
Sim, porque hoje, ao ler este livro sei que não sou feliz.
E talvez o abismo não esteja assim tão longe.
Talvez nunca me perdesse se não fosses tu, ou talvez também nunca me conseguisse encontrar.
Não sei.
E também não vale a pena pensar muito nisso, porque nada vai mudar.
Só me resta continuar a lutar, com todas as minhas forças, mesmo que não adiante nada.
Porque desistir é próprio dos fracos e eu recuso-me a fazê-lo.
E porque acredito que um dia há de chegar o Quarto Crescente...


segunda-feira, janeiro 01, 2007

Ano novo, vida nova (ou nem por isso...)

Chegou Dois Mil e Sete.
Esrevo por extenso para ver se me soa melhor, mas nem assim consigo. 2007.
Não fica lá muito bem no ouvido.
Às tantas sou eu é que ainda estou de ressaca.
Por isso não me apetece lá muito começar com grandes promessas de resoluções para o novo ano que sei que já estarão esquecidas no dia de Reis. Felicidade, amigos, saúdinha, sexo qb, vitórias do Benfica e sucesso profissional... as merdas do costume...
E já lá vai 2006. Não foi, sem dúvida, o melhor ano da minha vida (foi 2005...), nem sequer o segundo melhor!
Foi o ano dos meus dezoito anos, da carta de condução e das responsabilidades. O ano das Olimpíadas e das orais de anatomia. O ano dos trajes e praxes. Do sonho do mundial e do Benfica na Champions.
Mas faltou alguma coisa a este ano. Não sei se é deste desencanto pela vida que tenho tido ultimamente ou se é próprio do crescimento.
Falta-me alguma coisa
(Amor? )

FELIZ 2007 para todos!!!