sexta-feira, agosto 31, 2007

Há momentos essenciais na vida. Que pedem uma acção, poder de decisão e, porque não dizê-lo, personalidade forte. Deixar tudo na expectativa e não arriscar pode e é normalmente sinónimo de fracasso. E às vezes as coisas até têm tudo para resultar. Às vezes só falta aquele pequeno grande passo em frente para mudar tudo. Uma dança, um olhar, uma troca de palavras, uma SMS.
Arriscar.
Não arriscar nem sempre é próprio apenas dos fracos. É próprio de quem não sabe o que quer. Sinónimo de fraqueza é desistir do que se deseja. Não saber o que se quer é algo de muito mais profundo e indefinível.
Talvez seja isso a que chamam maturidade. Tomar decisões e enfrentá-las. Agarrar cada oportunidade que a vida nos oferece com unhas, dentes e equilíbrio. Saber dentro de nós o que queremos, quando queremos, quem queremos.
Curioso é notar que tantas vezes já soube o que queria. Já tive a total certeza de sentimentos e acções. Também já fui fraco, mais que uma vez, por desistir do que desejava. Mas não me lembro, pelo menos tão esmagadoramente, de não saber o que quero, de não traçar objectivos, de não tentar cortar metas.
Até agora.
Não me sinto devastado por esta realidade. Apenas realista. Tenho que procurar encontrar-me. E a pressa nunca foi a melhor amiga de uma busca bem feita. Mas também tenho urgência de viver. E neste dilema, nesta dicotomia entre a procura de uma identidade e a necessidade de viver vou deixando escapar oportunidades por entre os dedos das mãos.
Porque tudo pode ser pouco mais que uma fuga à realidade, uma forma de me esconder de tudo o que não quero enfrentar. Ou seja o simples medo do fracasso. Porque, talvez, no fundo, até saiba o que quero.
(Ou quem quero.)
E apenas ainda não tenha a coragem ou a maturidade para alcançar tal objectivo.



Cheguei ontem de um mês de férias na aldeia. Um mês atípico. Dei-me com muita gente e descobri outra tanta. Algumas boas surpresas e também desilusões. Tenho muitas histórias para contar mas não ma apetece fazê-lo. Hoje sou de novo lisboeta.Com todo o fardo que isso acarreta Outra pessoa mesmo, diria. É esse o objectivo e este, desta feita, foi cumprido. . Não consigo é deixar de pensar que um pouco de mim fica para trás de cada vez que parto. E que sou mais eu lá do que cá.
Por vezes o maior problema não é querer, é não saber o que se quer