se há algo de bom que possa ter nascido de uma sexta-feira treze, só mesmo a melhor banda de rock portuguesa de sempre.
faz exactamente hoje 27 anos que, também num "dia do azar", os pueris Xutos e Pontapés faziam a sua estreia ao vivo, na sala dos Alunos de Apolo. Numa formação algo diferente da actual (o Tim nem sequer sonhava que podia vir a ser um vocalista de jeito), começou ali a primeira pedra de uma carreira musical de um sucesso ímpar no universo da música portuguesa. "Contentores", "Não sou o único", "Para ti Maria", "Ai se ele cai" ou "Dia de S.Receber" são sons que atravessaram gerações e as puseram a dançar; "Circo de feras", Negras como a noite"ou "Para sempre" são baladas que foram bandas sonoras de paixões de avós e netos; "Gritos mudos", "Mundo ao contrário", "Enquanto a noite cai", "Dá um mergulho" são temas menos conhecidos mas não piores em qualidade. E a casinha? quem não conhece "as saudades que eu já tinha da minha alegre..."?, e a simplesmente sublime "À minha maneira" ?(uma das minhas músicas favoritas!) que tão bem interpreta a atitude sempre revolucionária e irreverente desta banda, quer na música, quer na "vida malvada" que levaram...
os Xutos são uma marca incontornável da cultura portuguesa contemporânea, um mito vivo que continua a percorrer o país e a ter uma legião de fãs incomparável. Para quem não gosta ou não conheçe (quem é que não conheçe músicas dos Xutos???) um simples conselho: vão vê-los ao vivo! Mesmo para quem não aprecia, a energia e a entrega em palco são contagiantes... eu já os vi inúmeras vezes (em Miranda, em Bragança, em Corroios, em Albufeira- vá aqui só vi metade devido a certas e determinadas situações...) a continuo a adorar e a saltar como da primeira vez...
e continuarei pelos próximos 27 anos, se preciso, a seguir e a ouvir Xutos, com os braços cruzados em frente à cara e um grande sorriso nos lábios...
para terminar, um excerto daquela que, para mim, é uma das grandes músicas de todo o sempre (daquelas que se cantam aos netos quando formos velhos), um verdadeiro hino...
"e mais que uma onda, mais que uma maré, tentaram prendê-lo, impôr-lhe uma fé, mas vogando à vontade, rompendo a saudade, vai quem já nada teme, vai o homem do leme!"