quinta-feira, dezembro 29, 2005

100 momentos que tornaram 2005 um ano único

muitos momentos marcaram este ano que agora termina, nem todos foram bons, nem todos foram de euforia, ainda assim, 2005 fica como um ano muito positivo na minha vida, um ano de transição, um ano cheio de coisas bonitas, viagens, pessoas e amigos novos e velhos, o ano da entrada na faculdade, o ano da águia... um ano diferente e verdadeiramente inesquecível...
aqui ficam 100 dos momentos mais marcantes do "meu" 2005....
1- festa na casa nova; 2- tampinhas e garrafões; 3- Benfica 3- Académica 0 nos diabos; 4- 16 cheeseburgers (!!!); 5- Serra da estrela e convento; 6- batalha de neve nas Penhas Douradas; 7- chocolates do Pachica e flatulências; 8- regionais de ténis em Setúbal; 9- baile de finalistas oriental; 10- 2 horas à espera da Erika; 11- a fuga do Pachica; 12- HK a bombar; 13- a hipotermia da Susy; 14- reunião bombástica da viagem de finalistas; 15- nos tectos de Mafra; 16- Roma: quarto 201; 17- prostitutas na esquina; 18- desejos (cumpridos!) na Fontana de Trevi; 19- grande lobo solitário; 20- pizzas, calzones e lasanha fria; 21- a Roma histórica: Vaticano, Colosseu e S.Giovanni in Laterano; 22- "Show me something!"; 23- 17 aninhos; 24- onda vermelha; 25- Estoril open; 26- ninguém pára o Benfica!; 27- Interclubes; 28- golo do Luisão; 29- final da taça UEFA (lolol); 30- Habemus campeone (11 anos depois!); 31- noite louca na luz; 32- rodízio empanturrante; 33- marranço; 34- exames nacionais; 35- campismo em milfontes; 36- Susy, raínha do batuque; 37- a "procheta"; 38- bar do monte; 39- "2 biliões de anos quietos e vamos parar a Júpiter"; 40- Catarina Falcão jogadora revelação; 41- panados e ovos verdes; 42- Zé das vacas, sr. Sapo e Tiaguinho; 43- selecção nacional de ténis nas Águias; 44- exames: 18,7! ; 45- taça Davis no Jamor; 46- 6 da manhã em Setúbal; 47- treinos físicos; 48- praia; 49- férias grandes em Rio Frio; 50- Supertaça para o Benfica; 51- festa da aldeia; 52- Deilão; 53- o homem do chapéu de palha; 54- D'ZRT (ou quase) e Tony; 55- torneio de Babe; 56- Ivete; 57- CM, ProEvolution e moto4; 58- festa da espuma; 59- férias em Altura; 60- mota de água do Barragan; 61- ervilhas e delícias do mar; 62- colocações: entrei!; 63- Aninhas e fotos fantásticas no metro; 64- matrículas, praxes e tutora; 65- welcome to the jungle; 66- tribunal e juramento; 67- internet, finalmente!; 68- alô alô Madeira; 69- mega jantar do 2º ano; 70- meia milha Alcântara-Campolide as 6 da manha; 71- matraquilhos; 72- Ana, Ding e Pedro; 73- anos da Sofia; 74- 12:45?; 75- Rally Tascas; 76- bolos no Saldanha; 77- Joana; 78- Noite da medicina e armazém F; 79- ATM e mão; 80- 1º jantar de caloiros; 81- ligue à família; 82- maratonas na biblioteca; 83- frequência de bioquímica; 84- Jesse McCartney; 85- Hi5; 86- Benfica 2- Man Utd 1; 87- ostium introitus; 88- regresso à catedral: Benfica 1- Boavista 0; 89- "ó Ronaldo mete aqui o dedo"; 90- sucateiro; 91- o asno cujo nome não deve ser pronunciado; 92- Natal dos hospitais e Marco Paulo; 93- como é fixe a Emília! e o Rouviére! e, já agora, o Devlin e o Álvaro...; 94- anos do Pachica; 95- teste de cruzinhas de anatomia; 96- jantar de Natal no cenoura; 97- No woman no cry; 98- Natal em Lisboa ao fim de 10 anos; 99- dia na Baixa e boxers de cetim; 100- passagem de ano em Albufeira,...
e agora.... que venha 2006!!!!

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Quem é Deus?

todos, sem excepção, já olhámos pelo menos uma vez para toda a imensidão do universo que se abre acima de nós num céu estrelado, mundos para lá do nosso mundo, muito para além da vista e do conhecimento, muito para além de tudo o que conhecemos, conheceremos ou queremos conhecer...
será possível olhar para tudo isto e acreditar que estamos sozinhos? poderemos ver toda a infinidade de plantas e animais, pessoas diferentes e tão iguais que polvilham o mundo e crer que não existe mais algo? observar a quietude dos mares, a beleza de um pôr do sol, a imponência de um cume nevado e preferir acreditar que estamos entregues à nossa própria sorte e que não somos mais que um mero resultado da sorte da evolução?
eu acredito, porque gosto de acreditar, que não estamos sós, que algo tão complexo e maravilhoso como a vida humana não possa acabar com uma simples linha horizontal num electrocardiograma, que a riqueza inigualável da nossa alma não termine dentro de um caixão sete palmos abaixo de Terra...
tem que haver algo mais, alguém, qualquer coisa... o amor, a amizade, a paixão não podem ser somente frutos do acaso...
eu acredito em Deus, um Deus omnipresente, um Deus que encontramos não nas igrejas ou num padre vestido de branco mas numa flor, na natureza, dentro do nosso coração..., um Deus que não é contra o aborto ou o sexo antes do casamento ou os métodos contraceptivos mas que nos aconselha (há quem lhe chame consciência), um Deus que não nos exige orações mas que nos acarinha e apoia quando precisamos dele...
é por isso que não sou praticante
é por isso que não sou católico
é por isso que sou crente...

domingo, dezembro 25, 2005

mas é Natal...

é Natal...
a chuva vai caíndo lá fora, cobrindo as janelas com as suas bátegas fortes e formando um lençol de água no chão das ruas desertas...
mas é Natal...
um vagabundo solitário vai deambulando por becos iluminados pelas luzes que vêm das casas onde famílias se reúnem e trocam prendas, doces e sorrisos
mas é Natal...
e as filas de trânsito continuam, a romaria aos grandes "shoppings", o consumismo desenfreado, a busca incessante de prendas...
mas é Natal...
e lá voltam pela milionésima vez aquelas músicas irritantes, e o Natal dos Hospitais, e o Sozinho em casa...
mas é Natal...
e, algures no mundo, crianças continuam a morrer com fome, jovens continuam a disparar armas, bebés continuam a nascer condenados a vidas de miséria e sofrimento...
mas é Natal...
e as árvores de Natal, as luzes, os enfeites, o pai-natal e as renas, o prezépio, a missa do galo e as árvores nuas, a escuridão, a pobreza, os gangs e a violência, a droga, os funerais...
mas é Natal...
porque, apesar de tudo o que vai mal, apesar de todas as injustiças, todos temos direito ao Natal, com mais ou menos prendas, com mais ou menos amigos, com mais ou menos velas e rabanadas...
porque o Natal ainda é para todos...
porque... é o Natal!

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal ???


há pessoas que não ligam nada às suas origens, que se estão nas tintas para as suas raízes, que são "filhos adoptivos" do betão das grandes urbes e pouco se ralam em saber de onde vêm os ramos mais ancestrais da sua família...
eu não sou assim, nunca fui, nem nunca o serei! apesar de ser alfacinha de gema, nascido e criado, nunca me identifiquei completamente com Lisboa, com a pressa e a impessoalidade tão próprias da metrópole, com os comboios cheios e as horas de ponta, com os centros comerciais e os prédios, os dormitórios, a cultura que nos faz ver em cada qual não uma pessoa única mas mais um indivíduo...
claro que não sou hipócrita ao ponto de dizer que odeio Lisboa, é uma cidade ímpar na história e na beleza, é aqui (quase! 15 Km nos separam...) que vivo e é ela que me dá a possibilidade de, mais que em qualquer outro sítio no país, poder evoluir e proporcionar-me as melhores condiçoes de vida e de estudo...
mas nada disso se compara à quietude dos mantos verdes geados, aos sinos que vão tocando religiosamente às horas marcadas orientando o povo na sua vida humilde e de trabalho, nos montes que se vão sobrepondo uns aos outros dando à paisagem uma imagem de rara e única beleza, na neve que lá ao fundo vai cobrindo a serra, das lareiras quentinhas e do frio gélido mas também ele encantador, das pessoas tão simples e tão verdadeiras,...
o meu refúgio! escondido para além de montes e montanhas, curvas e contracurvas, serras e vales, horas intermináveis de viagens... tudo isso vale a pena, porque para a alma nenhum esforço é pequeno e só ali, naquela pequena aldeia longe de tudo, esquecida dos mapas, consigo entender perfeitamente o verdadeiro sentido da palavra liberdade, só ali consigo descansar verdadeiramente, só ali sou a gaivota que voa, livre e despreocupada...
nunca me lembro de não passar lá o Natal, por mais que puxe pela imaginação, não o consigo imaginar sem o presépio da igreja, sem o Pai-Natal (que tradicionalmente sou eu...), sem o butelo e as alheiras e o polvo no dia de consoada. Natal para mim é Rio Frio, não estando lá, nada disto tem piada...
Bom Natal para todos...

erros meus, má fortuna, amor ardente....

a aleatoriedade da vida diz-nos que por vezes se ganha e outras tantas se perde... contudo, ha momentos em que parece que os dados andam viciados e que, por mais que joguemos, que arrisquemos, que tenhamos uma postura defensiva, que tenhamos bom jogo, bom parceiro, bom instinto, tudo parece correr mal... a isto se chama azar, má fortuna, falta de sorte...
o que é estranho é esse azar parecer andar sempre atrás de nós, como uma lapa que não descola, uma sombra que nos persegue, uma nuvem negra que vai descarregando granizo em cima da alma, tornando-nos uma espécie de perdedores compulsivos....
e acordar um dia com a falsa esperança que a sina mudou, que o mundo nos sorri e que chegou o tempo de sermos finalmente banhados por um pouco de Sol para perceber depois, da pior maneira, que estamos destinados a ter sempre destinos desencontrados, a estar sempre no sitio certo à hora errada, a nunca fazer a escolha certa, a caminhar sempre num denso nevoeiro...
eu acredito, porque sou crente por natureza, que um dia tudo mudará que o Sol irá raiar para mim ...
para mim e para Ti...
porque eu não acredito n' "a Tal"
mas que ela existe, existe....

quinta-feira, dezembro 22, 2005

dartacão como nós

falta exactamente um mês para a primeira volta das eleições presidenciais (sim, porque eu ainda acredito que vá haver 2ª volta!)....
nesta pré campanha, os cinco candidatos (peço desculpa ao Garcia Pereira e ao Manuel João, mas enfim...), cada qual com o seu estilo, vão-se desdobrando em comícios, debates, visitas, enchentes de multidão (pois claro, os boys dos partidos funcionam pra alguma coisa!), começando a aquecer a campanha...
o são Jerónimo (por causa das trovoadas, segundo ele!) mantém a sua postura... ha.. como é que hei de definir? ... ah!... comunista. basicamente a sua candidatura baseia-se essencialmente em dizer mal do patronato e dos interesses económicos, atacando o candidato da direita e não sonhando, nem por um momento sequer em ganhar as eleições (penso que, se por acaso isso acontecer, o homem tem um "treco"). é, contudo, uma candidatura útil, uma candidatura que garante votos à esquerda (muito para além da pequena guerrilha com o BE pelo 4º lugar-- Ena Ena!!) e que pode ser muito importante para provocar uma segunda volta... contudo, a simples possibilidade de ver a Odete Santos como "primeira dama"... hmmm asco!
quanto a Louçã, há que fazer dois pontos prévios: 1º o homem chama-se Anacleto porra! (nem o presidente da Adega Cooperativa de Barrancos se chama assim!) e 2º comporta-se assustadoramente de forma semelhante a um padre, com aquela gola alta, o tom baixo e sereno, a pose moralista... no entanto, apresenta-se como um candidato dinâmico, altamente útil ao debate e à democracia, que vai buscar muitos votos às camadas mais jovens (talvez devido à irreverência) e aos sectores da esquerda que não se revêem no antiquado bloco comunista e, que, acima de tudo, vai animar a campanha, mais que não seja, a tratar mal os outros candidatos todos...
o velhinho de serviço, animal político de excelência, vai fazendo uma campanha eleitoral muito acutilante e globalmente positiva. Soares é, sem dúvida, fixe, gosta do contacto com as pessoas ( e elas também, é ver-se o exemplo da Marinha Grande ou de Barcelos), deu banhada a todos os outros candidatos nos debates e vai marcando o seu discurso por uma toada de ataque à direita e um sentido de humor louvável (talvez só batido pela fina ironia de Louçã)... a sua candidatura não deixa de ser, contudo, um erro político e pessoal, tanto mais que a sua idade, a sua radicalização de posições e as suas atitudes narcisistas (nomeadamente para com o "amigo Alegre") em nada o beneficiaram... será, sem dúvida, uma forma muito inglória para Soares se despedir da democracia portuguesa, que tanto a ele lhe deve, e que implicará a sua saída de cena com perda de muito do status que conquistou ao longo dos últimos cinquenta anos...
quanto a Cavaco, lá vai desbobinando números e economias, tentando passar a imagem de um homem ponderado, flexível, dialogante, moderado e até humanista! (agora também exagerou...) dando uma pose de salvador da pátria, D.Sebastião montado num cavalinho branco (que pode ser o Marques Mendes, o que reduz o bicho a pónei) e que vai vendendo quilates de competência e sabedoria que, curiosamente, se esqueceu de por em prática durante dez anos... para além disso vai tentando falar o mínimo possível (parece que só abre a boca para sair bolo rei) para não perder a vantagem folgada que as sondagens lhe dão....
quanto ao Alegre candidato, nunca o escondi que era ele a minha preferência! e porquê? o seu carácter e valores sólidos, a sua carreira de luta pela democracia, a sua pose digna e segura, a sua independência (sim, porque o Sócrates até preferia o Cavaco em Belém ao Alegre), a sua cara de pai-natal bonacheirão, a sua sensibilidade propria a um homem das artes e da poesia que o coloca num patamar humanista muito acima de qualquer outro, o facto de ser o único dos três (o Jerónimo e o Louçã não entram nestas contas) que é constitui algo de novo para a democracia, a sua imagem de aristocrata do povo, que faz política pela política, que procura realmente servir o país e não os amigos, um mosqueteiro da democracia portuguesa. um dartacão como nós...
porque há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz NÃO....

daqui a um mês, não me desiludam....

quarta-feira, dezembro 21, 2005

quem sabe nunca esquece

podem dizer muitas coisas sobre o candidato Soares... que é velho, que é radical, que não tem capacidades para governar o país, que é convencido, que traiu um amigo, que a culpa da crise é dele, que foi mau presidente, que a mulher dele é feia (e o filho também fonix!), que se acha "pai" da democracia (e é, sem dúvida, embora os "heróis" não gostem de se vangloriar pelos seus feitos), que é incoerente, que diz o que pensa e não pensa o que diz, que é arruaceiro,...
podem dizer tudo isto, muitas destas coisas concordo e em outras tantas terão inteira razão, tanto mais que eu nem apoio Soares e acho a sua candidatura um tremendo erro pessoal e partidário...
mas uma coisa tem que ser dita, o que é verdade é que o velhinho arrasou o Cavaquinho ontem no debate. Coitado, ele nem sabia onde se meter, não sabia o que responder, não estava à altura de um verdadeiro "animal" político (e definitivamente profissional)...
é caso para dizer, quem sabe, sabe...

terça-feira, dezembro 20, 2005

professor Hannibal

ele está aí... um perigoso canibal político que, ao longo de 10 anos a fio foi comendo (ele e os seus amigos canibais banqueiros, empresários, gestores) tudo o que podia aos portugueses...
quando todos pensavam que iria passar o restante dos seus dias a hibernar algures por Boliqueime, eis que desperta de novo, dá um ar de vegetariano, e quer voltar à ribalta...
mas atenção, uma vez canibal, sempre canibal...
e o pior, pior... é o silêncio dos inocentes....

ostium introitus

e já lá vão mais de três meses...
sim, foi no dia 18 de Setembro do ano que termina agora que foram publicadas as colocações no ensino superior... depois do stress dos exames, de umas férias literalmente grandes, variadas, passadas com grandes amigos, eis o regresso à realidade, o fim de um ócio veraneante, e, sem dúvida, o começo de uma etapa nova e diferente na minha vida....
é certo que consegui o que queria, é também verdade (e afirmo-o sem falsas modéstias) que tinha a noção que dificilmente ficaria de fora (se bem que não gosto muito de contar com o "ovo no cu da galinha!"), mas nesse dia acabei por ficar um pouco ensombrado pelo facto de algumas pessoas que eu poderia jurar que seriam meus colegas este ano não terem conseguido a tão desejada colocação.
e assim foi, dia seguinte, rumo à aventura na Faculdade de Medicina de Lisboa, sempre com a Aninhas por perto (sim, a única pessoa que conhecia naquela porra de sítio)...
e foram as praxes, as filas, as fotos fantásticas na máquina do metro, as praxes, um primeiro contacto com o sempre único espírito académico, as filas, as propinas, mais praxes e mais praxes...
e depois de três dias de intensa animação e "descoberta de um mundo novo" (sim, porque eu até fui lá em dias que não precisava de lá ir pra nada, so pela desportiva!), mais uns diazitos de férias, a "peta" da distribuição dos hospitais, o "welcome to the jungle", as catacumbas, o baptismo, o tribunal de praxes, o fado do estudante...
e vieram as aulas a sério, e o primeiro contacto mais formal com colegas e professores, e veio o jantar do 2º ano (sim o célebre dia em que fiz a meia-milha Alcântara-Campolide a correr as 7 da manhã!), e o jantar do 3º ano, e o rally (ai o rally! no pido que todos los dias...), a noite da medicina (sempre a bombar!), o jantar dos padrinhos, o 1º jantar de caloiros (aturar chineses bêbados!), o 2º jantar de caloiros, o 3º jantar de caloiros,....
e, por outro, lado, o "business", as terríveis aulas da Carlota (sempre com as suas ameaças...), a insuperável inutilidade das aulas de bioestatística, os primeiros dias com os anfiteatros cheios (cheguei a sentar-me nas escadas!), as sempre animadas aulas TP de bioquímica, a ATM, a mão, os precisão milimétrica do Joaquim (o Rouviere português),a primeira frequência de bioquímica (só quero é passar!), o choque brutal com a terrível realidade que afinal na faculdade também é preciso estudar, o testezinho de cruzinhas de anatomia e, finalmente férias!
foram três meses a alta rotação, ao sabor das ondas, em que me vi num mundo novo, rodeado de gente nova, onde, curiosamente, gosto bastante de estar... foram três meses diferentes, que mudaram a minha vida, e hoje ainda é só, como canta o Godinho "o primeiro dia do resto da minha vida"...
e, muito além de todas estas situações, são as pessoas que fazem este ambiente, que marcam, Aninhas (companheira de maratonas na biblioteca e da borga), Ana Catarina (o cartoon algarvio), Ding (sabes o que custa é a cabeça...), Joana (a cortes...), Pedro (é à bruta!), Marta (grande tutora!) e muitos outros, o João, o Fábio, a Andreia, a Sofia, a Cristina, a Raquel, a Inês, a Sara, a Eunice, a Filipa, a Inês, o João, o Gonçalo, o Dagmar, o Eusébio, o Rui, a Ana Teresa, a Ana Marta, o Tiago... até o grande Osvaldo!, todos estes e muitos outros que, por esquecimento (ou por não me lembrar do nome) não mencionei...
seis anos (ou sete, ou oito...) nos esperam, tempos inesquecíveis nos aguardam...por isso... dêem-me um grande ÉFERRREÁÁÁ...
sei que não tem nada a ver, mas nestes três meses também aprendi o que passa no ostium introitus, um orifício recôndito do nosso corpo....

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Nossa Senhora

hoje, como tradicionalmente ocorre anualmente por ocasião desta quadra festiva, foi dia de Natal dos Hospitais... o Natal dos Hospitais é uma iniciativa da RTP e que já vai na sua 47ª edição, tendo por intuito proporcionar aos doentes um natal diferente e especial...
este ano, a festa ocoreu em SantaMaria, na sala dos alunos da Faculdade (sim, à conta disso não houve cantina pra ninguém...), e contou com inúmeros convidados, sendo apresentada pelo Jorge Gabriel (também acho que ele só não apresenta o Telejornal na RTP...) e a Sónia Araújo.
por entre a minha mui atarefada vida académica, consegui arranjar maneira de dar um pulinho até tal sítio, para poder presenciar uma festa tão conceituada (e também para depois dizer à minha avó que estive lá!)
quando cheguei ao recinto, faltavam quinze minutos para as oito, hora sagrada para o Telejornal e, logo, na recta final do programa... nessa altura, Jorge Gabriel apresentava o último convidado da noite, aquele que se podia dar ao luxo de encerrar com chave de ouro tão variado e concorrido espectáculo....
muitos nomes me passaram pela cabeça nesse momento: poderia ser um Rui Veloso, uns Xutos e Pontapés (bem, os Xutos não se adequam muito a festas hospitalares...), uma Mariza, uns The Gift, o rei Tony, os irreverentes DaWeasel, os sempre adorarados pelas teenagers Anjos ou até o mais recente fenómeno pseudo-pop (ou será antes Pseudo-música) DZR'T...
qual quê... quem irrompe pelo palco, com os seus cabelos pintados e barriga de cinquentão, o ídolo das nossas tias solteironas, o homem que revolucionou o uso do microfone, aquele que disse outrora que tinha dois amores... o grande MarcoPaulo !!!
foi a loucura... era enfermeiras a chorar (bem também não, mas estava quase!), velhotas em cima das cadeiras e mandar-lhe beijos, gritos histéricos que fariam inveja a uma qualquer BoysBand do momento (sim porque recuso-me a referir-me duas vezes a uma banda de uma novela da TVI duas vezes no mesmo post), os doentes levantaram-se das camas, largaram as cadeiras de rodas e, num momento único de comunhão deram as mãos e dancaram ao ritmo irreverente de "Nossa Senhora" ...
é realmente caso para apelar a Nossa Senhora... só ela nos poderá salvar "dele"!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Hung up

Todas as pessoas, pelo menos uma vez na vida, já ouviram falar na mítica Madonna, a raínha da Pop, a autora de livros infantis, a fiel seguidora da Cabalah (não sei se é assim que se escreve mas o efeito é o mesmo), a "like a virgin" (sim... tanto é ela como a Ciccolina), umas das grandes referências da música internacional ao longo das duas derradeiras décadas...
contudo, lá porque esta diva da música se resolveu a lançar um novo Cd, em que o single promocional (lançado ao vivo nos EMA's em Lisboa - Meu Deus aquilo parecia uma matilha com cio!) Hung up vai ocupando os primeiros lugares dos Tops, não quer dizer que agora passem o tempo a repetir milhentas vezes esta mesma música...
Isto em especial para os senhores responsáveis por aqueles ecrãs gigantes da estação de metro da Cidade Universitária em que, invariavelmente, de cada vez que passo por lá, fazem questão de me brindar mais uma vez com a dita canção...
depois de um dia em que me levanto as 8 da manha, passo montes de tempo em horas de ponta em transportes públicos, sou bombardeado com milhentas enzimas bioquímicas, descrevem-me pormenorizadamente uma qualquer apófise recôndita do nosso corpo em Anatomia e quando, já noite escura, completamente extenuado, me preparo para apanhar um metro rumo a casa, lá vêm outra vez aqueles ritmos psico-pseudo-qualquer coisa dos ABBA...
É caso para dizer, enquanto o metro não vem... time goes by... so slowly

terça-feira, dezembro 13, 2005

game-over

o super-mário anda pelas ruas da amargura... este herói da Nintendo (quem não teve esse jogo?), para além de se ver constantemente ultrapassado pelo seu amigo "Luigi" Alegre no gosto popular, tem um monstro que precisa de destruír que não lhe passa Cavaco algum, estando cada vez mais longe de conseguir salvar a sua princesa Belém...
a somar a isto tudo, um comum mortal (pode ser um daqueles cogumelos que existiam no jogo) fartou-se de o insultar e agrediu-o "brutalmente"...
inda para mais já perdeu outrora as duas vidas que lhe restavam...
é caso para dizer... Game-Over...
o melhor é dedicar-se aos serões de PlayStation com os netos...

Pessoa (s)

sei que a data já passou faz mais de uma semana, contudo, tenho que relembrar aqui o 70º aniversária daquele que, na minha opinião foi o grande poeta da literatura portuguesa (qual Camões, qual quê, esse via tágides e não fumava ópio, para além de que era zarolho!), aquele que, através dos seus heterónimos e múltiplas faces de uma mesma cara, mostrou quão mutilada pode ser a alma, ou nalguns casos, as almas... por isso digo que em cada um de nós há Pessoa, ou devererei antes dizer há Pessoas....

Pessoa(s)

Sou alguém que não sou eu
Um vagabundo que se perdeu
No caminho para nenhum lado
E num passo desgovernado
Vai caminhando para o nada
Sozinho na berma da estrada
Sem nada para perder
E querendo só nada querer
Nadando num infinito mar
Sem ter praia para chegar
E naufragar vezes sem conta
Temendo o que mais amedronta
A angústia de caminhar perdido
O medo de ser perseguido
Pelos sonhos que não esquece
Pelos rostos que não conhece
Pois nada do que conheço é meu
E a minha própria sombra sou eu

segunda-feira, dezembro 12, 2005

poesia...

sim, alguns de vos perguntarão, mas o que é que este gajo andará agora a armar, mas a verdade é que eu já lançei um "livro" de poesia (note-se a utilização de aspas!"), contudo, os afazeres da faculdade acabaram por interromper precocemente uma carreira de visível insucesso... a bem da literatura portuguesa...
ainda assim fica o dejá vu...

Fé Solitária

Será capaz um homem
De sozinho mudar o mundo?
Sem ser Deus ou o Messias
Ser perfeito todos os dias
Sendo devoto profundo
Da palavra da religião
Ou da religião sem palavra
Que lavra na ingenuidade
Dando-nos a sensação
De ocultar a verdade
Falando de pecado o pecador
Num sermão de hipocrisia
Em que o pão-nosso de cada dia
É ter cada dia menos pão
E trocar todo o valor
Por valores adulterados
Neste mundo do avesso
Em que o pretexto já é velho
Pela guerra a qualquer preço
E o inimigo é o próprio espelho
Reflexo da vergonha
Rosto de todo o cinismo
Da honra que transacciona
Da ambição com que se sonha
Nesta vida de capitalismo
Que triste sorte é
A do homem solitário
Que remando contra a maré
Com compaixão e solidário
Só buscando a solução
Tendo fé na humanidade
Lutando a fundo e sagaz
Contra a dura realidade
Que já sabemos de cor
Porque um homem é capaz
De sozinho mudar o mundo
Só com a força do amor.

a mentira da medicina

a maioria dos pais, tem presente nos seus mais profundos desejos e pulsões a vontade de ver os seus filhos tornarem-se doutores... assim, a medicina é como que um rebuçado que esses pobres bébés adultos querem e, para isso, inscrevem os filhos nos melhores colégios, pagam balúrdios de explicações, têm ataques de raiva incontida quando um dos seus rebentos tem menos que um misero 16, tudo para que eles possam depois dizer aos amigos e colegas de trabalho -"Olha! o meu filho vai ser médico!" E depois vêm os exames nacionais de 12º, e com eles as desilusões, as euforias, as colocações na internet, mais desilusões e euforias, as matrículas, as praxes, as propinas (ai as propinas!), as primeiras aulas....
aqueles cujos filhos tiveram a arte, o engenho ou a carteira suficiente para conseguir entrar, rejubilam, contam às amigas (isto as mães, obviamente!), ligam à família toda, enchem os filhos de carinhos, festinhas no cabelo e prendinhas porque o "menino" entrou em medicina...
pois pois... parece que, agora que entraram, já não vão existir mais problemas no mundo, que já não há mais crises (crise, qual crise?), que já não importa que o Benfica perca um jogo de vez em quando, ou que o Sócrates afinal seja aldrabão...tudo isto, porque "o meu filho vai ser senhor doutor!"
o problema é que esses mesmo filhos, depois de tanto stresses, depois de tanta pressão, depois de tanta vontade de cumprirem os sonhos dos pais, começam a entrar num estado vegetativo de ausência de vida própria, dependência da escola e dos livros, são, no verdadeiro sentido do termo, uns verdadeiros NERDS...
e que médicos serão estes? vão ser certamente aqueles que sabem de cor onde fica o etmoide, o esfenoide, o que são intervalos de confiança ou como funcionam as bombas de sódio-potássio... mas e depois? terão eles capacidades de, numa situação real, numa urgência, no meio da rua, saber reagir e ter o devido sangue frio? saberão depois dialogar correctamente com os seus pacientes e, além de os tratarem, serem uma voz compreensiva e sábia, mais que um doutor de bata branca, um amigo....?
provavelmente não...
é obvio que quando eu digo isto não digo que não existam excepções... existem concerteza, eu, aliás conheco aí umas 50 excepções (ou 100, que a matemática nunca foi o meu forte!) mas a verdade é que, a medicina, nos moldes que hoje a conhecemos, acaba por ser uma mentira, é um sonho que muitos perseguem apenas por influência de outrém, não sendo nem pessoas realizadas, nem profissionais competentes...
eu, pessoalmente, apesar de todos os ossinhos, membranas, marranços, secas, etc... cada vez me convenço mais que fiz a escolha certa, será que todos podem dizer o mesmo?
decididamente... estou a precisar de férias!

cavaquinho

eu sei que não tenho muita idade para ter ouvido para a música, nem sequer para poder tocar um instrumento... mas por favor, se há som que me irrita é o do cavaquinho, aquele tom fino e afinadinho (que tantos estragos faz quando é tocado por quem não sabe!). Façam-me um favor, maestros da humanidade, escolham-me antes instrumentos mais Alegres!

na primeira pessoa...

Demonstrando mais uma vez provas inequívocas de um verdadeiro egocentrismo, hoje optei por me auto-descrever, fazer um retrato deste "mamífero" que todos os dias me olha do outro lado do espelho, dizer decidida e convictamente quem sou...
Antes de mais sou um adolescente borbulhento, em que, contudo, as suas maiores borbulhas não estão sob a forma de acne juvenil mas sim camufladas dentro de uma alma mutiladamente inconstante.
Sou definitivamente uma pessoa open-mind, que é praticamente a favor de tudo o que está "out" e frontalmente contra o "sistema" (já dizia o velhinho de Alvalade!"). Sou anti-americano e fundamentalmente anti-Bush, colocando-me, de uma forma generalizada, num quadrante político da esquerda moderada.
Benfiquista convicto e ferrenho, daqueles que, quando o Benfica perde, faz um berreiro (sim eu só chorei quando fomos campeões!), parte portas, bate na mulher (eu sou solteiro e bom rapaz mas pronto fica a ideia...), arma um 31 (oh diabo isto faz-me lembrar o Liedson!), insulta o Pinto da Costa e os "chulos", "chupistas" e gatunos (atenção que aqui já não uso as aspas) que habitam lá para as bandas do Colombo....
Além disso, religiosamente sou uma pessoa um pouco indefinida, sendo, por convicção, frontalmente contra seitas e organizações fundamentalistas, que querem vender a salvação do mundo em imagens de santos ou cintos de explosivos. Sou também, e apesar da minha educação católica (ai se a minha avó lê isto!... se bem que, vistas bem as coisas, ela não sabe ler...) uma pessoa que caminha a passos largos para um anti-catolicismo e um forte cepticismo face à igreja e aos seus padres, bispos, hóstias e Bentos XVI, ópios do povo, com moral arruinada, emplastros de desenvolvimento e catalisadores do obscurantismo...
Sou também um caloiro da mítica éFe éMe éLe, um aspirante a conceituado neurocirurgião (isto se a má-vida ou o Parkinson mo permitirem) e a ter uma vida boa, saudável, com muitos Audis, vivendas na Aroeira e fugas de impostos...
Por fim mas não por último, sou uma pessoa decididamente heterosexual, apesar da minha vida amorosa ser uma daquelas coisas que, possivelmente, não são das mais bem sucedidas... mas enfim, a vida é mesmo assim, uma sucata, para mim e para toda a gente!

era uma vez...

já passa da meia-noite, numa gélida noite de Dezembro um indivíduo perdido pelos meandros internéticos e decididamente sem mais nada que fazer resolve criar o seu próprio blog... E agora a pergunta dos 50.000 euros (isto são influências d' "O Cofre" e de Jorge Gabriel!) : Porquê? Sim, tem que haver alguma explicação para esta súbita entrada na blogosfera, este ímpeto criativo de querer escrever algo para os outros verem (ou então não...)... Bem sinceramente, nem eu sei, talvez seja um desejo do meu ego mais recôndito de poder exercitar a minha escrita, ou talvez apenas por toda a gente se lembrar de ter o seu proprio blog...ou talvez simplesmente porque sim! Apeteceu-me, estava para aí virado, deu-me na real gana, whatever!
E agora, sucateiro, realmente não podia ser um nome mais apropriado... primeiro e mais importante por a minha vida ser uma sucata, segundo e também crucial, por a vida de toda a gente ser uma sucata... contingências da crise... De qualquer maneira, visto que vou usar este blog para escrever sobre tudo o que bem entender, desde política, a desporto, a sentimentos pessoais, a questões pseudo-existenciais, não há nada melhor que uma bela sucata, um sucateiro, um caixote do lixo privado onde vou depositando os meus mais profundos pensamentos...
Bem realmente já é hora de me deitar... já não digo coisa com coisa!
E o Benfica até ganhou hoje! e eu estive lá, na Catedral!