quarta-feira, julho 25, 2007

Harry Potter

Este mês teve muito de Harry Potter.
Primeiro o filme. O melhor até à data, coincidindo com o melhor dos 6 livros lançados até à data. Com ritmo e abordando de forma excepcional todo o tema que, não estando escrito letra por letra na "Ordem de Fénix", é o verdadeiro background do livro.
Depois o livro. Desde Domingo à noite. Harry Potter and the Deathly Hallows. Em inglês, ainda por cima. Mas a curiosidade não permitia mais esperas. O fim da saga!
Não me desapontou e eu tinha expectativas elevadas! Alucinante, passamos dos duelos mais fantáticos às lutas interiores mais violentas. Todas as perguntas têm uma resposta aqui, fechando praticamente todas as portas que poderiam ser deixadas abertas para uma sequela.
O êxodo de Harry, a morte de muitos dos que lhe são próximos, a missão sobrehumana que lhe foi deixada pelo seu velho mestre e as questões que se levantam sobre o carácter do mesmo.
A grande surpresa mesmo ao cair do pano e a extraordinária batalha final para terminar em beleza.

Excelente.


Já lá vão muitos anos desde a primeira vez que conheci o Harry. Foi numa véspera de Natal em que alguém me ofereceu o primeiro livro.Em 1999! ( dei-me ao trabalho de verificar) Poucos conheciam J.K.Rowling e nunca ninguém tinha ouvido falar em Hogwarts. Tive, assim, o extraordinário prazer de ser dos primeiros a desvendar a história do pequeno aprendiz de feiticeiro muito antes do boom de marketing Potteriano.

Um pouco contrafeito (esperava outro tipo de livros como prenda...) comecei a leitura nessa mesma noite, nessa véspera de Natal. Escusado será dizer que praticamente não dormi. Na noite seguinte a "Pedra Filosofal" estava lida e relida. Fiz questão de ir logo comprar os outros dois volumes já lançados. E todos os outros que se lhe seguiram. Notei, a partir do 4º livro (coicidente com o tal "boom") um "escurecimento" da escrita de Rowling. Os livros ficaram mais sombrios, mais adultos e, devo dizê-lo, mais fantásticos.

Tinha onze anos quando li o primeiro. A mesma idade que Harry tinha nesse mesmo volume. Hoje tenho 19 e mantenho este gosto, talvez reforçado.

Obrigado J.K.Rowling por esta saga.



"...The scar had not pained Harry for nineteen years. All was well."



domingo, julho 08, 2007

Eu estou aqui
Apesar de não parecer
Apesar do que prometi
E sem me comprometer
Não quero deixar de dizer:
Eu estou aqui!
Já disse! Mas volto a frisar
E passe na repetição
A ideia e a sensação
Duma certa hesitação
Que se me chegou a suscitar

Porque por vezes, portanto
Ou por tão pouco, quiçá
Nem sequer me reconheço
Não sei até o endereço
Da casa de sonhos e pranto
Que era eu e não sou já
Que é feito de mim?
Os sonhos: perdidos ou vividos
Ou sem vontade de os viver
E a vida correndo assim
(Ou mais assim-assim)
A doce inércia que se apodera
E tolda os sentidos sem querer
A rotina, a solidão, a espera
A falta de paixão que desepera
O tédio que me faz ficar
Não arriscar
Não deitar tudo a perder
Mas o que mais posso perder?
Nada é mais que isto
E aconteça o que acontecer
E tudo o que já aconteceu
E tudo o que já senti
Faço questão do que é meu
E nem questiono se desisto
De um dia poder acordar
E num espelho, ao olhar
Saber, sem duvidar
Que quem está aqui sou eu







domingo, julho 01, 2007

Terra

Um frio de rachar passeava pelos sinuosos campos transmontanos; o vento abanava as oliveiras carregadas de azeitona que silvavam uivantes; a neve esquecida no alto dos montes pela última nevada; uma geada cortante que se entranhava nas plantas, nos animais e nas pessoas e fazia tremer o mais corajoso dos homens; os poucos pássaros que, resistindo à dureza da Natureza, piavam alegre e despreocupadamente nos galhos das árvores despidas; os sinos da igreja que cortavam os céus tocando religiosamente para aquecer os corações do seu rebanho; as pessoas que, mal-agasalhadas, desafiando o frio, a neve, o vento e a geada saíam logo de madrugada para trabalhar no campo. Trabalhar no duro recebendo em troca apenas pouco mais que honra, fé e músculo.
Era assim o inverno na Terra. Sempre fora e sempre será. E eram assim as pessoas na Terra: corajosas, determinadas, humildes e destemidas. E sempre assim serão.
A Terra nunca quis ser cidade. Porque Terra é terra. Simplesmente. É campo, é mato. É a poesia dos sentidos. É o cheiro das árvores e dos solos molhados depois da chuva. É o fumeiro por cima da lareira. São mil e um aromas que serpenteiam pelo ar tão puro como a neve no alto dos montes. É um pôr do sol no pico do Verão. São as fragas e os ribeiros e os vales que se sobrepõem e que nos fazem pensar na espantosa arquitectura divina que fez nascer estes locais.
Terra é raízes. Amarras que nos fazem partir e sempre regressar, trazendo à tona o Anteu que vive dentro de todos nós.
A Terra é toda ela povo. E nunca aspirou a mais que isso. Com muito orgulho!
Era assim a vida na Terra. É assim a vida na Terra. Será para sempre assim a vida na Terra.


(adaptado do livro “A Terra”, da minha autoria)

o Sol nasce por Trás Dos Montes... (sei que parece uma daquelas paisagens bonitas do google... mas os direitos de autor são mesmo da minha irmã!)