domingo, janeiro 25, 2009

Good Will Hunting

Apesar de ser um filme com mais de 10 anos, a verdade é que, apesar de sempre me ter despertado curiosidade, nunca tinha pegado neste "Bom Rebelde". Foi pena. Trata-se de um filme que me encheu as medidas. Um pouco na onda do posterior "Uma mente brilhante", conta uma história fácil de contar mas não menos interessante por isso.
E se por vezes cai um pouco no sentimentalismo/romantismo, consegue fazê-lo sem perder o fulgor de um filme jovem, forte, intenso.
Diálogos preciosos, um argumento excelente (que valeu a Ben Affleck e Matt Dammon um óscar), prestações de nível altissimo e a moral de uma história que nos mostra ser preciso ter fé em nós mesmos, ter os pés bem assentes no chão mas os olhos bem fixos no céu. Confesso que me revi em muita coisa passada nestas 2 horas. Como por vezes me parece faltar a ambição ou a vontade de ser mais, mesmo sabendo que tenho capacidade para o fazer. Como por vezes tenho medo de agir porque não quero ser magoado. Como me deixo cair numa inércia estuporizante e abdico dos meus sonhos, preferindo viver a realidade miudinha que me vai tocando na rifa. Talvez eu também seja um pouco um Will Hunting, com as devidas distâncias de génio e background social. Não sei. Talvez também precise simplesmente de alguém que acredite em mim ou, mais importante, me faça a mim acreditar.
Brilhantes papéis de Robin Williams (ganhou o Óscar) e de Matt Dammon, com uma participação também bastante boa de Ben Affleck, Casey Affleck, Stellan Skarsgard e Minnie Driver (bela surpresa).
Em suma, um excelente filme!

8/10

Vicky Cristina Barcelona

Não posso dizer que sou um particular aficionado de Woody Allen.Principalmente por se tratar de um realizador que conheço mais pelo nome que tem do que pelos filmes que vi dele. Lembro-me de, há uns tempos atrás, passar os olhos por "Match Point" (curiosamente com a mesma protagonista que este filme) e não me desagradar de todo. Gostei da forma de, sem grandes subterfúgios ou dramas, abordar histórias simples, quotidianas, com personagens e situações que identificamos, usando um pouco de humor mordaz e inteligente.
Vicky Cristina Barcelona é pouco de tudo isto. Não tem pretensões de ser um grande fime. A leveza e o ritmo que têm impedem-no. Mas este também não é o seu propósito. A viagem que fazemos com Vicky e Cristina (tão diferentes e tão iguais) a um dos corações da cultura mediterrânica faz-nos pensar quase sem darmos por isso, reflectir sobre certas lições de vida e do amor enquanto nos rimos (de nós?).
Nem sei dizer se é uma comédia ou um drama. Se calhar não é nenhum dos dois. Mas gostei. É leve, colorido, despretensioso, subtil, directo. Como só assim rimaria bem com uma cidade como Barcelona.
Performances muito bem conseguidas de Rebecca Hall (boa surpresa) e de um seguríssimo Javier Bardém (confesso que acabei o filme com vontade de ter a vidinha que levava este "Juan Antonio"). Mais apagada esteve Scarlett Johanssen. Apesar de bela, como sempre, acabou por ser um pouco ofuscada pelos restantes personagens e leva-me à questão: será esta apenas mais uma menina bonita de Hollywood ou simplesmente está a precisar de um grande papel pa dar finalmente o "boom" que a carreira dela precisa? Mas o grande destaque do filme acaba por ser a prestação fantástica e absolutamente tresloucada de Penelope Cruz, que me surpeendeu sobremaneira e me deixou rendido. É todo um novo filme desde o surgimento de Maria Elena, deixando-me pesaroso desse aparecimento ser demasiado tardio. Está nomeada para Óscar por esta performance e, julgo eu, de forma inteiramente merecida.
Relativamente ao filme em si, não sendo uma obra de arte é uma película bem conseguida, merecendo uma apreciação bem positiva dentro do género (apesar de este género ser um pouco indefinível) em que se pretende enquadrar.

7/10

quarta-feira, janeiro 21, 2009

The other Boleyn girl

Hoje, num daqueles intervalos de estudo que tanto me aprazem vi o filme de "The other Boleyn girl" de Justic Chadwick e com Eric Bana, Natalie Portman e Scarlett Johanssen.
Foi um daqueles filmes que na altura não cheguei a ir ver ao cinema porque não calhou (chegou a haver o convite). Vi-o agora e foi uma película que não me desapontou. Não é um grande filme, um épico que entra para a galeria dos melhores. Mas é uma boa história, uma história com história e sobre História (o que muito me agrada), com ritmo e, acima de tudo, muita sensualidade (as duas actrizes principais a isso obrigam!).
Assim sendo, foram duas horas bem passadas, onde o ponto mais acaba por ser a grande interpretação de Natalie Portman (sempre gostei desta actriz), ofuscando um pouco os dois co-protagonistas que têm papeis bem mais discretos.

6.5/10

domingo, janeiro 18, 2009

The curious case of Benjamin Button

Fui ver este filme, tido como um dos grandes candidatos a Óscar, com a plena sensação que me ia desiludir. Desde logo pela apresentação: apesar do tema ser apelativo e "curioso", estava convicto que o filme não passava de uma lamechice. Depois, os 159 minutos de duração não eram algo que me agradessem desde logo à primeira vista.
Contudo, resolvi dar-lhe uma oportunidade e confesso que acabou por me surpreender pela positiva. É um filme longo mas está longe de ser aborrecido. Tem uma história engraçada e pormenores deliciosos. E estando eu à espera de um drama de puxar à lágrima, apesar de certos momentos mais "lamechinhas" a verdade é que o humor negro presente em grande parte do filme me surpreendeu bastante. Depois, as prestações individuais: Brad Pitt mostra que é muito mais que um "menino bonito" de Hollywood e tem um papel fabuloso. Cate Blanchet confirma que é das melhores actrizes da actualidade. Uma palavra ainda para a caracterização fabulosa destes dois actores ao longo do filme à medida que rejuvenescem/envelhecem.
Pela negativa, os momentos mais lamechas do filme, que felizmente vão sendo cortados com outros momentos de humor. Julgo que a história envolvente também não ajudou muito, com aquela velhinha a contar a vida na cama do hospital a fazer-me lembrar vezes demais do Titanic (o que não é muito bom...)
Assim, é um filme bom, com elevadas possibilidades de conseguir nomeações para Óscar nas principais categorias (Filme, realizador, melhor actor e melhor actriz) mas duvido muito que venha a arrebatar qualquer dessas estatuetas

7/10

PS- Os momentos do homem "já te contei que fui atingido 7 vezes por um raio" são do mais nonsense e genial que vi ultimamente nesses cinemas.



Inércia.

Não é por mal ou desinteresse. Certamente não será também falta de assunto. Por vezes é a ausência do clique inspirador. Ou antes a necessidade de me expressar de outras formas. Ou de não me expressar de maneira nenhuma.

Escrever é uma arte profunda. Que implica pôr em cada letra um pouco de nós. Que nos desgasta e desgosta a cada frase. Porque é muito mais que rascunhos. Introspectiva-nos e faz-nos espelhar no que lemos. Porque cada escrito é um manifesto. De amor, de paixão, de solidão, de desespero, de loucura, de método, de leveza ou de simples vontade.
Tudo o que lemos e escrevemos é único. Porque é nosso. Como um sinal de nascença ou um traço de personalidade.

E quando não temos um rumo, quando nos parece ser dificil traçar objectivos, saltar muros, cumprir etapas mais difícil se torna fazer essa introspecção.