Terra
Um frio de rachar passeava pelos sinuosos campos transmontanos; o vento abanava as oliveiras carregadas de azeitona que silvavam uivantes; a neve esquecida no alto dos montes pela última nevada; uma geada cortante que se entranhava nas plantas, nos animais e nas pessoas e fazia tremer o mais corajoso dos homens; os poucos pássaros que, resistindo à dureza da Natureza, piavam alegre e despreocupadamente nos galhos das árvores despidas; os sinos da igreja que cortavam os céus tocando religiosamente para aquecer os corações do seu rebanho; as pessoas que, mal-agasalhadas, desafiando o frio, a neve, o vento e a geada saíam logo de madrugada para trabalhar no campo. Trabalhar no duro recebendo em troca apenas pouco mais que honra, fé e músculo.
Era assim o inverno na Terra. Sempre fora e sempre será. E eram assim as pessoas na Terra: corajosas, determinadas, humildes e destemidas. E sempre assim serão.
A Terra nunca quis ser cidade. Porque Terra é terra. Simplesmente. É campo, é mato. É a poesia dos sentidos. É o cheiro das árvores e dos solos molhados depois da chuva. É o fumeiro por cima da lareira. São mil e um aromas que serpenteiam pelo ar tão puro como a neve no alto dos montes. É um pôr do sol no pico do Verão. São as fragas e os ribeiros e os vales que se sobrepõem e que nos fazem pensar na espantosa arquitectura divina que fez nascer estes locais.
Terra é raízes. Amarras que nos fazem partir e sempre regressar, trazendo à tona o Anteu que vive dentro de todos nós.
A Terra é toda ela povo. E nunca aspirou a mais que isso. Com muito orgulho!
Era assim a vida na Terra. É assim a vida na Terra. Será para sempre assim a vida na Terra.
(adaptado do livro “A Terra”, da minha autoria)
o Sol nasce por Trás Dos Montes... (sei que parece uma daquelas paisagens bonitas do google... mas os direitos de autor são mesmo da minha irmã!)
Era assim o inverno na Terra. Sempre fora e sempre será. E eram assim as pessoas na Terra: corajosas, determinadas, humildes e destemidas. E sempre assim serão.
A Terra nunca quis ser cidade. Porque Terra é terra. Simplesmente. É campo, é mato. É a poesia dos sentidos. É o cheiro das árvores e dos solos molhados depois da chuva. É o fumeiro por cima da lareira. São mil e um aromas que serpenteiam pelo ar tão puro como a neve no alto dos montes. É um pôr do sol no pico do Verão. São as fragas e os ribeiros e os vales que se sobrepõem e que nos fazem pensar na espantosa arquitectura divina que fez nascer estes locais.
Terra é raízes. Amarras que nos fazem partir e sempre regressar, trazendo à tona o Anteu que vive dentro de todos nós.
A Terra é toda ela povo. E nunca aspirou a mais que isso. Com muito orgulho!
Era assim a vida na Terra. É assim a vida na Terra. Será para sempre assim a vida na Terra.
(adaptado do livro “A Terra”, da minha autoria)

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