Aniversário

Não tenho dúvidas que os melhores aniversários são os da infância. Quando o nosso mundo gira em torno de um bolo e de presentes e que o nosso dia de anos é muito mais que um feriado nacional.
Mas o que é fazer anos? É mais um dia, reza o cliché. Mas não é um dia comum.
Queira-se ou não é dia de pensar.
Nem que seja pensar em quão longe vai o "tempo em que festejavam o dia dos meus anos"...
Dia de balanços
E o que sou eu? Findos 19 anos, quem sou?
Sou o mesmo. As carapaças mudam, as máscaras caem mas o âmago é imutável. Eu, futuro médico, sou o mesmo miúdo que pregava partidas aos vizinhos, cantava fado por brincadeira e brincava com carrinhos. Nada mudou...
Ou melhor, tudo mudou... mas o essencial está na mesma
Não tenho tudo o que quis ter, nem fiz cumpri o meu próprio Quinto Império. Mas ganhei muitas batalhas, lutei e conquistei. Longe esteja Alcácer-Quibir!
Não me posso desculpar com a vida e as suas turtuosas circunstâncias. Sou mais feliz que a maioria. Mesmo dentro da pálida felicidade que me foi dada a conhecer.
Não tenho que me queixar. Ou tenho? Até posso ter as minhas razões de protesto mas não me apetece fazê-lo. Porque não quero remexer na terra gasta apenas pensar no que pode brotar dela...
Porque a vida é como uma mulher, na sua iminente bipolaridade. Radiosa e Sombria, Carinhosa e Puta, Tudo e Nada...
E porque não há tudo ou nada. Nem sequer meios-termos. Nem vale a pena racionalizarmos muito. Que isso interessa? Daqui por 100 anos seremos pouco mais que pó biodegradável (conseguindo mesmo assim servir mais o ambiente em mortos que em vivos).
Às vezes gostava de ser um gato. Como o do poeta. Despreocupado e brincalhão. Mas depois apercebo-me que é assim que encaro a vida. Ou tento. E percebo também que, no fim de contas, também não simpatizo assim lá muito com gatos.
Sou quem fiz.
E estou assim muito bem, obrigado...
Porque no fundo... não temos nada a perder.
"You came from nothing... You're going back to nothing... What you lost?? Nothing!!!
Always look on the bright side of life..."
1 Comments:
és o Pedro, primo que pra mim se sentava sempre na minha cadeira. é assim que te vou ver sempre. médico, poeta, não interessa. Na verdade não mudamos, não é? e é assim que reconforta saber que mesmo afastando-se as pessoas têm lugares onde ainda s epodem reconhecer, encontrar.Não passava aqui à muito ;) *
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